Biodiversidade (5)



As coberturas vegetais homogéneas são muito mais sensíveis a ataques de pragas ou de epidemias do que cobertos vegetais heterogéneos. A redução da diversidade genética poderá ser causa de catástrofes económicas e humanas, ao diminuir a potencialidade dos recursos agrícolas, e conduzir a situações de fome, um problema que ainda hoje afecta largas faixas da humanidade e que, de forma alguma, se pensa que venha a ser definitivamente erradicado a curto prazo.

As práticas monoculturais tendem a eliminar sistema ecológicos diversificados, os quais mesmo depois de abandonados, não poderão recuperar a sua diversidade inicial. O desenvolvimento da monocultura tem conduzido a redução da diversidade biológica, a biodiversidade, o que provoca a eliminação das plantas e animais que não tem um interesse imediato para o Homem, mas que no futuro poderão vir a mostrar terem uma utilidade ainda não provada.

Os produtores de sementes e os fabricantes de pesticidas proclamam as benefícios da uniformidade das culturas que também facilitam o emprego de tecnologia mecânica, mas na realidade existe um claro efeito perverso desta evolução.

A grande fome que devastou a vida de milhões de pessoas na Irlanda em 1845, e a epidemia que em 1972 destruiu um quinto da produção de milho nos EUA, tiveram uma origem comum, a uniformidade genética das culturas em questão.


Mas a fome da Irlanda em 1845 tem outros aspectos a salientar. O agente causador da doença e o fungo Phytophthora infestans, que geralmente surge em regiões húmidas, e que em 1950 destruiu mais de metade da cultura do tomate nos Estados Unidos. Durante cerca de 300 anos a população irlandesa esteve dependente de uma só variedade de batata.

Como a batata é uma planta originária dos Andes, à sua chegada à Europa encontrou um espaço livre para crescer sem os seus inimigos naturais. Provavelmente os primeiros poros de Phytophora i. terão acompanhado as novas variedades de batatas vindas do Peru. Em 1843 surgiu no Nordeste do Estados Unidos. No Verão de 1845 os esporos tinham-se espalhado pela Irlanda. A Phytophtora i. necessita de, pelo menos, um período de 90% de temperaturas de 10ºC ou mais elevadas, e a água deverá permanecer nas folhas da batateira pelo menos durante um período de 4 horas cada dia. Até 1840 as temperaturas na Irlanda eram relativamente baixas.

O ano de 1845 foi um dos mais quentes do século na Irlanda, o Inverno não foi suficientemente frio e a Primavera e o Verão foram anormalmente quentes, criando as condições necessárias para a disseminação da doença.

As variações de temperaturas descritas decorreram por acção natural, mas com o efeito de estufa estamos a aquecer progressivamente a atmosfera e a aumentar o teor de água.

A actividade humana tem tido efeitos devastadores na biodiversidade e tem acelerado o ritmo de extinções.

Comentários

Sliver disse…
JM escreve: «Ao nível social não podemos considerar que as leis islâmicas são erradas para a época devida, só que o Islão foi revogado por Decreto Divino. Este Decreto está profetizado no Alcorão!»
Caro JM, no OdJ tenho relatos de pessoas que ficaram sem cabeça por muito menos. Conhecendo os «loucos de Alá» não admira que eles queiram exterminar os Bahá'í. Reparou que acaba de dizer que eles não têm razão de existir? Pode informar-me a sura e o versículo do Corão onde está profetizado? obrigado.
João Moutinho disse…
Sliver estão aqui indicadas algumas das profecias que consegui identificar.

Sura “O Muro” (VII, v.34): “Cada comunidade tem um prazo, e quando chega o seu prazo não pode atrasá-la nem adiantá-la um momento.”

Sura “Os Crentes” (XXIII, v.43): “Comunidade nenhuma adianta ou atrasa o seu termo.”

Sura “O Trono” (XIII, v.38-39): “...Cada época tem um Livro. Deus apaga e confirma o que quer; junto de Si tem a essência do Livro.”

Sura “A Viagem Nocturna” (XVII, v.85): “Apenas se vos deu uma parte da ciência.”

Sura “A Mesa” (V, v.64): “Os judeus dizem: “A mão de Deus está cerrada.” Cerrem-se as suas mãos e sejam malditos pelo que disseram. Não! Tem ambas as mãos estendidas, dando os Seus favores a quem quer. O que se te revelou, proveniente do teu Senhor, aumenta muito entre eles a rebelião e a impiedade. Lançámos contra eles a hostilidade e ódio até ao Dia da Ressurreição.”

Sura “A Prostração” (XXXII, v.5): “Dispõe a Ordem do Céu para a Terra. Depois remonta a Ordem para Ele num dia cuja medida são mil anos dos que contais.”
José Fernandes disse…
Ó João ou muito me engano ou tenho de concordar com o slaiver. Eu mal por mal escolhia Silver pelo menos era prata de lei, assim nem é carne nem é peixe, é assim-assim.
Mas voltando às Suras - não confundir com as turras -, Moutinho, quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão. Bom, na verdade, tenho aqui um sapateiro que é um autêntico génio com uma guitarra nas mãos. Até lhe costumam dizer nas fadistagens:ó Manel atão kandékmarranjas as botas..., não tens tempo, não tens tempo mas p'rás guitarradas tens tu tempo.
Assim João se o Manel sapateiro toca tão bem guitarra, também tu tens o direito de interpretar as Suras como te der na real gana. Eu não me metia nisso, mas tu lá sabes no que te metes.
Sabes que temos amigos que nunca falam disso para não serem mal interpretados? Se fosse a ti..., tinha isso em atenção.
Um abraço.
Anónimo disse…
cá estou então. Em relação à paz universal penso que o caminho é o diálogo intereligioso.

abraço
João Moutinho disse…
De acordo, João Dias.
José Fernandes disse…
"...Tu te enalteceste como um dos eruditos na Fé do Islão, a fim de que pudesses salvar os crentes; no entanto, fizeste teus seguidores descerem ao fogo, pois quando foram emitidos os versículos de Deus, deles te privaste e, não obstante, te julgaste um dos retos...
Não, pela vida d'Aquele que Deus haverá de tornar manifesto! Nem tu, nem qualquer um
dentre Seus servos pode aduzir a mínima prova, enquanto Deus brilha resplendente acima de Suas criaturas e, supremo, através do poder de Seu mando, se eleva sobre todos os que habitam nos reinos do céu e da terra e em qualquer coisa que entre eles se encontre. Em verdade, Ele é potente sobre todas as coisas criadas.
Tu te denominaste 'Abdu's Sáhib (servo do Senhor). Ainda que Deus, porém, em
absoluta verdade, tornou manifesto teu Senhor, e tu a Ele dirigiste os olhos, não O reconheceste, se bem que tivesse sido chamado à existência por Deus com o fim de
atingires Sua presença - fosses tu apenas acreditar verdadeiramente no terceiro versículo do capítulo intitulado "Trovão".8 ..."

De uma Epístola d'O Báb
Anónimo disse…
"Uma das caracterísicas de 'Abdu'l-Bahá, que consideramos como exemplo perfeito de vida Bahá'í, era o seu sentido de humor."

Tens de admitir que a minha ironia nunca pretendeu ser ofensiva.
Um abraço.
João Moutinho disse…
Caríssimo Elfo,
Aprecio a tua ironia.
No entanto, deves lembrar-te que as sensibilidades da pessoas são diferentes.
Para este espaço de comentários se manter aberto tenho de te pedir para seres mais moderado em algumas considerações - ou pelo menos na forma como o fazes.
Não apenas aos assuntos mas também às pessoas que os comentam.
José Fernandes disse…
Caríssimo João Moutinho, nunca me passou pela cabeça ferir as susceptibilidades dos comentadores. Se alguém se sentiu incomodado peço que me perdoem.

Quanto ao resto está combinado!

Deixem lá, hoje é sexta-feira...!
Ooopps, pois é esqueci-me que até a palavra sexta-feira pode melindrar certas sensibilidades..., espero que não.
Um abraço.

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