Vida extraterrestre (equação de Frank Drake)
Por princípio, a ciência académica não acredita em discos voadores, mas pode acreditar em vida extraterrestre inteligente. Segundo os cientistas, não existem evidências que suportem a ideia de seres de outros planetas visitarem a Terra nem de que exista vida inteligente no sistema solar fora da Terra. As grandes distâncias entre as estrelas e a limitação das velocidades que os corpos podem adquirir tornam extremamente improváveis tais visitas.
Nas últimas décadas, porém, têm sido travadas discussões, constantemente actualizadas, sobre a probabilidade de vida extraterrestre. Por todo o mundo, têm sido gastas quantidades avultadas de recursos em pesquisas que detectem sinais emitidos por civilizações inteligentes extraterrestres.
O grande avanço tecnológico característico de nossa época pode estar nos levando a passos largos para a detecção desses sinais que, uma vez captados, confirmarão a existência de vida extraterrestre inteligente, podendo vir a alterar significativamente a nossa sociedade humana.
Vejamos, na nossa galáxia existem centenas de milhões de estrelas.
A EQUAÇÃO DE FRANK DRAKE
Em 1961, Frank Drake, astrónomo norte-americano, actual director do Instituto SETI, publicou uma equação que pretende fornecer o número de civilizações inteligentes e que desenvolveram tecnologia em nossa galáxia. Essa equação ficou conhecida como equação de Frank Drake.
Ao se analisar pela primeira vez essa equação, percebe-se a sua grande simplicidade. Não é necessário conhecimento aprofundado das ciências exactas para entendê-la. A equação de Frank Drake fornece o número de civilizações em nossa galáxia que são inteligentes, desenvolveram tecnologia e são assim capazes de emitir sinais detectáveis por nós, assim como de detectar sinais que nós emitimos ("civilizações comunicantes"). Chegamos a esse número através da multiplicação simples de sete termos ou parcelas. A equação de Frank Drake é simples, mas chegar a valores razoáveis para cada uma dessas sete parcelas é extremamente difícil e complicado.
A Equação
N = E x P x S x V x I x T x C; onde N é o número de civilizações comunicantes em nossa galáxia; E é o número de estrelas que se formam por ano na nossa galáxia; P é a fracção, dentre as estrelas formadas, que possui sistema planetário; S é o número de planetas com condições de desenvolver vida por sistema planetário; V é a fracção desses planetas que de fato desenvolve vida; I é a fracção, dentre os planetas que desenvolvem vida, que chega a vida inteligente; T é a fracção, dentre os planetas que chegam a vida inteligente, que desenvolve tecnologia e C é a duração média, em anos, de uma civilização inteligente.
Astronomia
Encontrar valores para E, P e S é tarefa da Astronomia. Com base nas teorias actuais sobre formação de estrelas, não parece que estamos sujeitos a grandes erros se considerarmos E = 10, P = 1 e S = 1. A multiplicação dessas três parcelas permite-nos dizer que, por ano, se formam 10 planetas na nossa galáxia com condições de abrigar vida.
Biologia
Encontrar valores para V e I é tarefa da Biologia. Principalmente pela falta de outra amostra para a observação da vida, que não a Terra, temos grande incerteza na atribuição de valores para essas duas parcelas. Vamos considerar que de dez planetas com possibilidades de desenvolvimento de vida, essa só se desenvolva efectivamente em um deles (V=0,1). Da mesma forma, vamos considerar que de dez planetas que desenvolvam vida, um chegue a vida inteligente (I = 0,1).
Ciências Sociais
T e C estão na área político-sócio-económica. A incerteza na atribuição de valores para essas duas parcelas é imensa. Também aqui vamos considerar que de dez planetas que alcancem vida inteligente, um desenvolva tecnologia (T = 0,1). Por fim, qual a duração média de uma civilização comunicante? A resposta a essa pergunta também envolve algum conhecimento de Astronomia. (Note que essa pergunta está intimamente ligada ao futuro da espécie humana. Há apenas cerca de 60 anos podemos nos intitular "civilização comunicante" e a Terra ainda poderá existir por uns 4,5 biliões de anos, tempo de existência que ainda resta ao sistema solar.) Alguns mais pessimistas acreditam que já estamos prestes a nos auto-destruir. Alguns mais optimistas acreditam que o único limite para a nossa civilização é a destruição do sistema solar. Existe também a possibilidade de destruição de nosso planeta em uma colisão com um cometa ou meteoro. Mesmo sabendo que estamos sujeitos a um grande erro, vamos considerar C = 10 milhões.
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