Os judeus à espera do Messias
Muita da tensão reinante na presente situação mundial, tem origem, ou pelo menos para tal serve de pretexto, no confronto israelo-árabe.
E sobre este assunto gostaria de expressar a minha opinião sobre a expectativa do judeus, em particular, e dos outros povos, em geral, na vinda do Messias.
Algo que tem provocado uma certa perplexidade aos estudiosos de religião e aos leigos diz respeito ao facto de os judeus não terem reconhecido em Jesus Cristo o Messias que lhes tinha sido profetizado, tendo inclusivamente este povo sido sujeito a vastas provações devido a este facto.
Há profecias no Antigo Testamento que não dizem directamente respeito a Jesus Cristo, nomeadamente aquela que se refere ao “Senhor do Exércitos”, que irá reunir os judeus dispersos pelo Mundo. Esta profecia não poderia estar directamente relacionada com Jesus Cristo porque no Seu tempo ainda os judeus não tinham sido expulsos da Palestina e “dispersos entre as nações”. Houve a situação de exílio no Babilónia mas sem o significado da dispersão imposta pelos romanos e que se manteve até há pouco tempo.
Isaías que terá sido talvez o profeta do Antigo Testamento com maior eloquência, escreve:
“Brotará uma vara do tronco de Jessé, e um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e de temor do Senhor...A justiça será o cinto dos seus rins, e a lealdade circundará os seus flancos. Então o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá... A criancinha brincará na toca da ápide e o menino desmamado meterá a mão na caverna da serpente. Não haverá dano nem destruição em todo o meu Monte Santo, porque a terra está cheia de ciência do Senhor, tal como as águas que cobrem o mar”.
Desta profecia poder-se-á entender como um estado de maturidade da humanidade em que diferentes povos, etnias, grupos religiosos que outrora, ou ainda hoje, estavam em contenda venham a viver harmoniosamente. É o caso de palestinianos e judeus, na Terra Santa; tutsis e hutus no Ruanda; católicos e protestantes na Irlanda do Norte; hindus e muçulmanos na India; alemães e polacos; japoneses e coreanos; pretos e brancos na África do Sul; sunitas, xiitas e curdos no Iraque e outros casos idênticos como são o triste exemplo que ainda se passa nos Balcãs, onde ocorrem comportamentos que eram considerados como já banidos da Europa.
Ao mesmo tempo que “o lobo habitará com o carneiro” assistir-se-á ao retorno dos judeus à Terra Santa. São profecias que estão relacionadas directamente com Bahá‘u’lláh que em árabe quer dizer “Glória de Deus”.
Assim com Isaías também escreveu:
“Naquele dia, o Senhor levantará de novo a Sua mão para resgatar o resto do Seu povo, os sobreviventes da Assíria e do Egipto, de Patros, da Etiópia, de Elam, de Senaar, de Hamat e das ilhas do mar. Levantará o Seu estandarte entre as nações, para juntar os exilados de Israel, e reunirá os dispersos de Judá dos quatro cantos da terra.”
Bahá’u’lláh, nascido na Pérsia em 1817, fundador da Fé Bahá’i, é considerado pelos Seus seguidores, o prometido de todas as religiões anteriores. Para o Judaísmo é o “Senhor dos Exécitos”; para o Cristianismo, o regresso de Cristo na “Glória do Pai”; para o Islão o “Grande Anúncio”; para o Budismo, o “Buda Maitreya” para o Hinduísmo, a nova encarnação de Krisna; para o Zoroastranismo, o advento do “Sháh-Bahrám”.
Bahá’u’lláh referindo-se ao facto das religiões do passado, e particularmente à de Jesus Cristo ter produzido os seus efeitos mais importantes no desenvolvimento da civilização no decorrer da sua expansão para o Ocidente, predisse que a mesma coisa ocorreria nesta nova era, mas numa escala muito maior: “No Oriente tinha irrompido a Luz de Sua Revelação; no Ocidente apareceram os sinais do Seu domínio. Ponderai sobre isto nos vossos corações, ó povo...”
A Fé Bahá’i nasceu no ano de 1844, ano em que o governo turco, por pressão de governos ocidentais, permitiu que os primeiros judeus regressassem à Terra Santa.
É na cidade de Haifa, norte de Israel, que se encontra o Santuário do Báb, precursor de Bahá’u’lláh e o Imám Mahdi profetizado no Islão, tal como a sede da Sua Ordem Administrativa, são locais belíssimos que mereciam outro tratamento por parte dos média na sua constante procura por escândalos e violência e menosprezando o que é belo. Vivi ano e meio em Israel e concluo que é triste a imagem que nos é dada daquele país, ela não corresponde à realidade. Não é raro assistira a um são convívio entre judeus e árabes, ou entre muçulmanos, cristãos, drusos, judeus e Bahá’ís.
Acredito que se os leitores deste blog investigarem este assunto jamais poderá saírão decepcionados.
Comentários
Muito obrigado e parabéns.
Até sempre: david-santos
O teu blog, agora está fantástico! Muito bom trabalho! Gostei de ver tudo o que por aqui tens. Quanto aos links, já agora, se não sabes, ficas informado que o meu blog principal é o http;//momentosdeluar.blogspot.com/.
Quando quiseres dá lá uma espreitadela. Ficarás a conhecer outras facetas minhas.
Beijinhos para vocês os três,
Dadinha
Antes de mais agradeço a vossa visita a este blog.
Quanto ao que os Bahá'ís pensam sobre o assunto, é natural que não seja coincidente como o que pensam os xiitas. Na realidade, estamos praticamente nas antípodas. Até porque para nós o ramo xiita é o que representa a autoridade legítima no Islão. Acresce que a Fé Bahá'í nasceu dentro do Islão xiita.
No entanto, o surgimento de uma nova Revelação não representa uma vantagem para o povo que a recebe -basta lembrar as palvras de Jesus.
Por outro lado, os povos que estariam mais longe da Revelação seriam os Judeus, até porque rejeitaram o Messias, mas quando surge a Nova Revelação as situações alteram-se dramaticamente.
E mais cedo ou mais tarde vai ser aceite de foram pacífica pelos árabes. (talve znão tão cedo...)