Os Povos Nativos da América
Na brutal conquista da América, quando muitos povos e culturas foram exterminadas para todo o sempre, houve algumas vozes que se levantaram para defender os indefesos povos nativos, caso de alguns padres dominicanos. Bartolomé de Las Casas foi um deles, e escrevendo: “entravam pelas aldeias, não poupando mulheres e crianças nem velhos, nem sequer mulheres prenhes a quem rasgavam o ventre e faziam em pedaços...Faziam apostas sobre quem de um só golpe havia de abrir ao meio um homem...Tomavam pelas pernas as crianças de mama do seio de suas mães, e atiravam com elas contra os penedos...”
A conquista pela força e a transmissão de doenças como a varíola, sarampo, varicela, malária, cólera, escarlatina, disenteria, febre amarela, gripe e outras doenças, conduziu ao desaparecimento de variadas culturas, culturas essas em que o homem não via qualquer mérito em impor a sua vontade de forma prepotente sobre o meio-ambiente que o rodeava, antes pelo contrário, muitas vezes
o ecossistema.
No México Central a população que contava 25 milhões de habitantes em 1519, passou a pouco mais de um milhão em 1605. Nos Andes Centrais um contingente populacional de cerca de 5 milhões em 1525 foi reduzido a milhão e meio em 1561.
Na época quinhentista havia um provérbio português que dizia “Além do Equador tudo é permitido". Em 12 de Outubro de 1992 no 3º Encontro Continental de Resistência Indígena, Negra e Popular e afirmado: “aqui estamos, a 500 anos do início do massacre, da ocupação e do roubo das nossas terras; da extracção sem misericórdia e irracional dos nossos recursos ... resistindo sempre, reagindo, defendendo, recusando a submissão, mantendo-nos firmes na nossa identidade.”
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