A cultura índigena da América
Em 3 de Junho de 1996 os índios Jarará escreveram: ”Nós índios Caiova e Guarani da aldeia de Jarará Juti, Mato Grosso do Sul, vimos pedir a todas as pessoas e entidades que apoiam os índios, para mandar faxes e telegramas as autoridades competentes, com o objectivo de decidir em nosso favor sobre a nossa área indígena, decidimos não sair mais da nossa aldeia, que é onde nascemos e de onde o fazendeiro nos tirou e depois a justiça desprezou duas vezes. Vamos resistir até à morte e se não tiver jeito, vamo-nos suicidar em colectivo. Não podemos mais viver nas favelas da cidade com fome e com desprezo. Os brancos abusam das nossas filhas e as autoridades não fazem nada. Nosso lugar é na aldeia onde queremos continuar nosso sistema e nossa língua.”
Os Caiova Guarani são uma tribo índia de cerca de 30000 indivíduos que vive em Mato Grosso junto da Bolívia, Paraguai e Argentina. A destruição do seu habitat teve início em meados do século passado quando as suas terras foram abertas às grandes plantações de chá.
Com a destruição do seu habitat natural muitos índios não encontraram forma alternativa para o seu estilo de vida, muitos deles recorrem ao suicídio. Entre 1990 e 1992 entre os Caiova Guarani e Nandeva foram registados mais de 60 suicídios, a maioria das vitimas tinha entre 14 e 17 anos.
Maurício Vilalba Souza, estudante Guarani, diz que “o suicídio é um protesto pelo facto de uma pessoa já não poder expressar a palavra de Nande Ru.“ Para os Guarani “Nande Ru” é o “grande pai”, chefe da família divina que criou o mundo e lhes deu a terra. Actualmente a população indígena do Brasil é estimada em 250000 almas.
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