Influência das estrelas
Acerca da influência das estrelas, ‘Abdu’l-Bahá desvaloriza a astrologia mas entende o universo como o corpo humano em que há uma interconexão entre todos os membros e órgãos:
“Algumas das estrelas celestes têm um efeito material claramente visível sobre o globo terrestre e seus seres, o qual não necessita de explicação. Por exemplo, o sol, graças ao amparo e providência de Deus, dá vida à terra e a todos os seres que a habitam. Sem luz e seu calor, todas as criaturas terrestres fatalmente deixariam de existir.
Da mesma forma, reafirma a acção do mundo material no espiritual:
Se reflectirdes profundamente sobre a influência espiritual das estrelas, embora tal influência no mundo humano possa parecer coisa estranha, não vos admireis tanto. Não quero dizer, porém que tudo quanto os astrólogos dos tempos antigos inferiam dos movimentos das estrelas tivesse correspondido aos factos. Seus decretos foram apenas fruto da imaginação, criados pelos sacerdotes egípcios, assírios e caldeus, ou então pelas fantasias dos hindus, dos mitos gregos, romanos e outros adoradores das estrelas. Quero dizer, sim, que este universo infinito assemelha-se ao corpo humano, no qual todas as partes revelam uma vigorosa interdependência. Vemos como estão inter-relacionados seus órgãos, membros e partes para mútuo benefício e cooperação, e quanto influi um sobre o outro!
De forma semelhante estão inter-relacionadas as partes deste infinito universo, exercendo seus membros e elementos uma influência recíproca, tanto espiritual como material.
Os olhos vêem, por exemplo, e isso afecta todo o corpo; o ouvido ouve, e isso pode ter um efeito sobre todos os membros. Não há dúvida a esse respeito e o universo é semelhante a uma pessoa.
A relação que existe entre os seres deve sobretudo e necessariamente ter uma influência, tanto material como espiritual...Em conclusão: os seres sejam grandes ou pequenos, estão ligados uns aos outros, em acordo com a perfeita sabedoria divina, e exercem uma influência recíproca. Se assim não fosse, haveria desordem e imperfeição no sistema do universo, no plano geral da existência. Como existe entre os seres, porém uma uma relação muito estreita, eles acham-se em ordem nos seus lugares, e são perfeitos.”[i]
[i] Esplendor da Verdade (ou Resposta a Algumas Perguntas) página 200
Comentários
No budismo encontrei uma resposta para isso, o Nan-Myoho-Rengue-Kyo, no caso seria a lei invisível que rege o Universo e que determina o futuro, todos os humanos são influênciados por ela, conhecendo ou não essa lei, a vantagem de conhecê-la ao meu ver seria a de estabelecer essa Harmonia que assistimos e nos impressiona no Universo, cabe aqui salientar que a Harmonia não é a do meu ou o seu padrão de harmonia, mas sim a HARMONIA do universo, essa que buscamos e não entendemos, ao recitar o Daimoku (Nan-Myoho-Rengue-Kyo), conseguimos estabelecer essa harmonia, não mais nos sentimos perdidos no mundo, pois estamos sentindo a tranquilidade e a "PAZ", a mesmo "sentida" pelo SOL por exemplo, que cumpre seu papel no Universo e não se desequilibra por qualquer coisa...
Foi por isso que eu disse que no budismo também temos a forma de prática cabível ao nossa época, a simples recitação deste mantra, poder ser feita por qualquer pessoa, de qualquer país, em qualquer lugar.
A minha visão do Universo não é muito diferente da sua.
Poderá até resultar das semelhanças entre a Fé Bahá'í e o Budismo - há a perspectiva integradora de todos os seres num Universo e de um tempo cíclico. Aliás, este assunto está muito bem desenvolvido pelo Marco António no "Povo de Bahá".
"Na perspectiva bahá’í, os ciclos de progresso e declínio afectam todos os aspectos da vida humana, e a religião não é excepção. Mas apesar de tudo, existe um progresso e evolução generalizadas na vida social humana."