Biodiversidade (4)


Neste início de milénio é necessário um grande esforço comum para evitar que a crise biológica atinja proporções inimagináveis. É necessário aumentar e proteger os parques naturais; as plantas ancestrais, aquelas que foram domesticadas para a nossa agricultura, deverão ser altamente protegidas no seu centro de origem; a agricultura dever caminhar cada vez mais para a produção integrada.

As convenções internacionais deverão ser respeitadas; a actual mentalidade excessivamente economicista, em que a principal preocupação e produzir mais, com maior rapidez e mais barato, reflecte-se no consumo de produtos alimentares. Estes são cada vez menos diversificados, alguns casos de pior qualidade, apesar de mais atraentes, e poluídos.

A espécie humana explora cerca de 1% das espécies de plantas que existem na Natureza. A alimentação humana está dependente de cerca de 20 espécies de plantas. Há oito cereais de que a população mundial depende essencialmente: o arroz; trigo; milho; estes três cereais só por si perfazem, directa ou indirectamente, cerca de 50% das necessidades da nossa alimentação, a aveia; o milho miúdo; a cevada; o centeio e o sorgo. No entanto, há algo de perigoso com esta superprodução. As culturas estão altamente seleccionadas e uniformes sob o ponto de vista genético.

A bardana, o parsnipo, algumas variedades de feijão ou lentilha, já estão praticamente excluídos da alimentação corrente.

Outrora a alimentação humana baseava-se em 7 mil diferentes espécies de plantas, no mercado alimentar actual houve um desaparecimento de cerca de 95% das variedades de plantas.
No que diz respeito à produção animal, algo de semelhante ocorre com a pecuária intensiva, há uma excessiva selecção de animais, a diversidade genética tem sido progressivamente erodida, o que tem como consequência que os animais sejam muito mais sensíveis a doenças.

Na agricultura tradicional quem trabalha com a terra sabe quão importante são as estirpes selvagens, é a partir delas que se fazem os porta-enxertos ou o enriquecimento do solo para a cultura principal. Daí a razão da necessidade da preservação dos “Bancos de genes” e “Bancos de sementes”. O melhoramento genético de muitas espécies será inviável sem as estirpes selvagens.

As explorações agro-florestais recentes tem tendência a serem monoespecíficas, este tipo de explorações, além de conduzirem a uma redução da biodiversidade, tanto a nível de fauna como de flora, são constituídos por elementos de elevada homogeneidade genética.

Esta homogeneidade poderá trazer consequências nefastas; a redução de genes disponíveis poderá inviabilizar o melhoramento de espécies, podendo mesmo pôr em causa, a médio e longo prazo, a continuidade dessas mesmas espécies. Coberturas vegetais homogéneas são muito mais sensíveis a ataques de pragas ou de epidemias do que cobertos vegetais

Comentários

Sliver disse…
Caro JM
o seu agradecimento era desnecessário mas aceito-o como um gesto educado. O OdJ serve para divulgar pensamento e praxis de e sobre o Islão. Eu é que tenho de lhe agradecer os conhecimentos que, por seu intermédio já adquiri sobre a Fé Bahá'í, que desconhecia completamente e sobre a qual ainda sou ignorante.
Já uma vez conversámos sobre o profeta Maomé e teremos de continuar a manter esta cordial discordância.
A sua última frase é que me deixa algumas dúvidas de interpretação. Afirma: «Muitos dos princípios que hoje defendemos como a igualdade de direitos entre homens e mulheres jamais seriam possíveis sem a precedência do Islão». Esta precedência quer dizer que aprenderam com o erro do Islão que considera as mulheres inferiores?
Sliver disse…
Evidentemente que a questão é uma provocação que lhe faço!
João Moutinho disse…
A provocação é muito bem vinda! :-)
Oxalá fossem sempre assim.
Como é evidente sendo Maomé um Manifestante Divino goza de infalibilidade e portanto a Sua mensagem está isenta de erros.
Acreditamos contudo, que é um erro considerar que as Suas leis sociais são eternas e irrevogáveis.
Naquela época (a de Maomé) as mulheres estavam consideradas ao nível sub-humano, era normal os pais queimarem as filhas por serem consideradas como uma desgraça.
Maomé concedeu-lhes estatuto, permitiu que herdassem e que o seu testemunho fosse válido, embora em ambos os casos valesse metade do varão.
Quanto à relação com o Criador, nada no Alcorão diz que neste capítulo as mulheres são inferiores aos homens.
Ao nível social não podemos considerar que as leis islâmicas são erradas para a época devida, só que o Islão foi revogado por Decreto Divino. Este Decreto está profetizado no Alcorão!
E a Fé Bahá'í, ao suceder ao Islão, está a confirmar o caracter divino da Fé que a antecedeu.
Olá João Moutinho.
Não precisa publicar este comentário.
Serve apenas para agradecer o link com o Flanar e informá-lo que em retribuição, fiz o link para seu blog também.
Abraços d'além mar.
Carlos Barretto
Belém - Pará - BRASIL
Blog Flanar
José Fernandes disse…
Então João agora dedicaste-te à bicharada? Acho bem que isto de estares a defender Maomé a tempo inteiro deve ser desgastante. Para além de que Mamé era condutor de camelos no deserto, até que um dia resolveu conduzir outros camelos que invadiram todo o mundo conhecido. Como se não houvesse cá já camelos que chegassem. Foi bem vindo no tempo D'Ele mas o Seu tempo passou e muito embora não o rejeitemos, temos de olhar para Nova Revelação com olhos de ver e não ficar presos às peias do passado. Maomé teve a Sua importância na altura certa, mas não podemos continuar a defender ideias absurdas para o nosso tempo, senão parecemos os católicos que continuavam a dizer a missa em latim e que obrigavam as mulheres a entrar no templo cobertas com um véu. Afinal não eram diferentes dos costumes muçulmanos com a agravante de terem mais setecentos anos de existência do estes.
Vamos voltar-no para o Sol da Realidade de hoje que é Bahá'u'lláh.
Anónimo disse…
Muito bem JM, gostei da maneira como você fez a ligação de um tema para outro sem mudar de blogue. Parabéns
E para o Quirologo acho que ele podia falar menos asneiras.
Falar de Maomé com este tom foi um pouco demais. E ainda por cima o que foi esta de "Mamé era condutor de camelos no deserto"?!
Ainda que esta fosse um erro na escrita, vê se modera a sua linguagem, desculpa intrometer você é quem sabe mas acho que com tudo que vejo por estas bandas você podia dar um pouco de gentileza ao tom da sua escrita, olha que continuando assim vai acabar só.
José Fernandes disse…
Minha cara Daniela, deves ter reparado no óbvio de que "Mamé" é uma gralha. Na realidade também Maomé é uma aportuesação do francês Mahomet, e ainda Lhe podes chamar Mafoma que também está correcto ou Moahamad pelo qual é mais conhecido no Oriente próximo. Dito isto, reitero o que disse antes: Maomé foi condutor de caravanas de camelos no deserto da Arábia, o que não é nenhuma desonra.
Não sei porque te amofinas tanto com o que escrevi, pois tirando alguma ironia à coisa até tenho razão no que digo. Ainda estive vai não vai para te pedir desculpas mas depois de ter lido os comments anteriores e ter visto a bajulação com que brindas o autor do blog, fiquei de pé atrás.
Já não é a primeira vez que decides voltar a artilharia para cima de mim, mas enfim também em alguém hás-de descarregar as energias. Estás sempre à vontade, que eu tenho as costas largas.
Quanto a ficar sózinho..., isso já não me incomoda. Incomoda-me, isso sim os falsos puritanistas que ainda têm uma mentalidade victoriana dos costumes e não admitiram que tivesse dado uma reviravolta na vida afectiva, e por isso mesmo me ostracisaram.
Que Alá lhes perdoe, pois eu também já o fiz.
Gosto muito de ler estes cromos que de vez em quando aparecem por aqui a mandar bitaques e, sempre à espreita de uma oportunidade de lançar algum veneno. Balha-nos (ou valha-nos)-como quiseres-, a sensatez e o bom senso do meu querido amigo João Moutinho que tem feito o possível e o impossível para manter esses cromos afastados dos comments..., sim porque agora é mais fácil restringir os comments do que no passado.
Bjs
José Fernandes disse…
"Naquela época (a de Maomé) as mulheres estavam consideradas ao nível sub-humano, era normal os pais queimarem as filhas por serem consideradas como uma desgraça."

Ó João Moutinho então os beduinos queimavam as filhas nas fogueiras? Sabes, sempre ouvi dizer que as enterravam vivas nas areias do deserto..., se calhar era porque a lenha era escassa no deserto e não devia ser desperdiçada. Além de que assim não eram eles que matavam as meninas, era o deserto.
Maomé repôs a poligamia para se acabarem com tantas mortes inocentes.
Mas se os beduinos eram monógamos descendiam de onde ou de quem? É que os Ismaelitas - de onde provêm Maomé -, eram poligamos, assim como os judeus do tempo de Abraão. Quando foi que os judeus deixaram de ser poligamos? Será que foi após Moisés? É que fazer uma caminhada pelo deserto durante quarenta anos e ter de aturar mais do que uma "legítima" era obra. Nem Deus gostaria que o Seu povo eleito sofresse tanto. Ter mais que uma mulher naquela época era pior que uma crucifixação. Antes a morte que tal sorte. Se uma já é difícil de aturar, imaginem o que era ter de aturar um harém no meio do deserto e alimentar aquelas bocas todas só com lagartos e outras bichesas que a natureza proporcionava.
Também ninguém queria saber da extinção das espécies nem da flora do deserto...!
Ó Daniela manda sempre que eu vou aparecendo por cá para andar às turras com o Moutinho e para pôr à luz do Sol as enormidades que se defendiam no passado como coisas naturais.
Seria muito interessante aparecer aqui alguma alma caridosa a desmontar a Bíblia livro por livro. A seguir era a vez dos trezentos e sessenta e cinco Evangelhos e a seguir, ainda, era vez das Suras corânicas e dos hadits, ou tradições orais. Havia de ser o bom e o bonito ver o blog do Moutinho a encher chouriços de um dia para o outro a tentar dar vazão a tantos descontentes e fanáticos de três religiões diferentes mas vindas do mesmo Pai. Eu prometo que vou ajudar à festa..., não pode é ser aqui neste blog porque é muito conceituado e estimado pelos muçulmanos que aqui vêm beber neste oásis da blogosfera.
Um abraço.
José Fernandes disse…
Ó Daniela já agora quero informar-te que Mamé ou Mame é um fóssil vivo da época dos dinossaurios e cujo nome cientifico é Celacanto.
Esta foi fácil, foi só ir ver à Wikipedia.
Já agora e como informação adicional: o Celacanto é o percurssor dos mamiferos e que temos a sorte de ter sobrevivido até hoje.

"Ainda o homem tinha gelras e barbatanas e já era homem."
Das Escrituras Bahá'ís.
João Moutinho disse…
Sugiro mais moderação em certos comentários - caso contrário terei de apagá-los.
José Fernandes disse…
Ó meu amigo se achas que disse alguma inverdade, é só dizeres. Quanto aos comentários vou ser mais comedido..., passam a ser mais curtos! Se os quiseres censurar, é um direito que te assiste. O blog é teu e com ele farás o que entenderes. Até me podes pôr na lista negra que eu não levo a mal.
Um abraço.
Elfo disse…
Minha cara Daniela, tem razão em tudo o que diz. Na realidade devo ter-me "passado" nos comments que pus no Blog do João Moutinho. Nunca me passou pela cabeça, a frio, troçar fosse de quem fosse. A única pessoa de quem me permito troçar é de mim próprio.
Reconheço, no entanto, que fui indelicado para consigo e, por isso queira fazer o favor de me desculpar. O facto de ter sido indelicado para alguém não invalida que os bahá'ís sejam pessoas amáveis e que cultivem a cortesia e a gentileza como um preceito Bahá'í.
Mais uma vez, lamento te-la posto numa situação menos agradável. Como a Daniela disse, e com razão, não tenho o direito de magoar os outros lá porque também fui magoado.
Não se tornará a repetir, sob a minha palavra de honra.
Um abraço.

Elfo

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