IV. Interpretação do Alcorão


A interpretação do Alcorão é um assunto francamente delicado. Daí ser nossa intenção fazer uma análise tão objectiva quanto possível, mas nunca considerando que esta deva ser considerada como definitiva e muito menos inquestionável.

Deus avisou os Muçulmanos acerca da interpretação do Alcorão:

Nada está oculto a Deus nem na Terra nem no Céu. É Ele quem vos molda no seio de vossas mães, como quer. Não há deuses a não ser Ele, o Poderoso, o Sábio. Foi Ele que te revelou o Livro (ó Profeta!). Nele há versículos explícitos: constituem a essência do Livro. Outros são equívocos. Os que têm dúvidas em seus corações seguem o que é equívoco, buscando a discrepância e ansiando pela sua interpretação. Mas a sua interpretação só Deus a conhece. Os sábios dizem: “Cremos no Alcorão. Tudo vem do nosso Senhor.” Mas não o aceitam senão os sensatos.” - Sura “A Vaca” (III, v. 5)

Os versículos explícitos são as leis da Fé, nomeadamente aquelas relacionadas com as orações, casamento, divórcio, jejum e herança. Estas leis distinguem os crentes muçulmanos como uma comunidade independente. Mas quais serão os “equívocos”?

Na Sura “O Muro” (VII, v. 52) está escrito:

“Em verdade trouxemo-lhes um Livro que explicámos em pormenor, com consciência, como guia e misericórdia para aqueles que crêem. Que esperam senão a sua interpretação? No dia em que venha a sua interpretação dirão aqueles que anteriormente esqueceram: “Os Enviados do Nosso Senhor vieram com a verdade, mas temos intercessores? Pois intercederam por nós ou restituam-nos à Terra e faremos qualquer coisa de diferente do que fizemos.” Ter-se-ão perdido a si mesmos e ter-se-ão afastado deles ou deuses falsos que inventavam.”

Pode-se depreender que a interpretação do sagrado Alcorão virá no futuro “Que esperam senão a sua interpretação?” e que quando a Sua interpretação for revelada será rejeitada e encontrará oposição nos esquecidos.

Depois da ascensão dos Imames, os legítimos sucessores do Profeta, quando a interpretação era vislumbrada nenhum dos seus intérpretes reivindicou autenticidade ou origem divina das suas interpretações.

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