O Deutério
A abundância natural do deutério na natureza é muito pequena embora ela tenha importante significado cosmológico.
O deutério participa facilmente em reacções nucleares. Como resultado nenhum deutério poderia ter permanecido nas estrelas. Qualquer deutério que existisse no interior das estrelas teria sido "queimado". Por conseguinte é impossível
para a teoria da nucleossintese estrelar explicar porque há algum deutério na natureza uma vez que sua abundância é sempre tão pequena.
Na água do mar a razão numérica entre o hidrogénio e o deutério é 6600 para 1 que é muito diferente da razão na crosta da Terra.
Para o Sistema Solar as descobertas feitas durante a série de voos tripulados Apollo são importantes. O pouso lunar da Apollo trouxe de volta uma folha de alumínio com iões do vento solar capturados na Lua. A partir do hélio-3 (3He) capturado podemos estimar a abundância do deutério. De acordo com estudos recentes a maior parte do deutério na nebulosa solar primitiva se tornou 3He. A razão hidrogénio/deutério da formação do Sistema Solar obtida desse modo é 40000/1. Também o resultado desta observação de Júpiter é 48000/1.
O deutério no gás intergaláctico pode ser medido por métodos de radioastronomia pois ele tem uma linha espectral característica comum comprimento de onda de 92 centímetros. Essa linha foi de fato observada em 1972 na direcção do centro da nossa galáxia e a razão estimada então entre 3000/1 e 50000/1.
A medição mais precisa foi feita nos anos recentes pelo satélite Copernicus. Este satélite pode observar linhas espectrais na parte ultravioleta do espectro. Em particular usando linhas ultravioleta podemos distinguir entre cianeto de hidrogénio e cianeto de deutério, os dois diferem somente na substituição de um átomo de hidrogênio por um átomo de deutério. A razão medida deste modo está entre 5000/1 e 500000/1.
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