XVII. Escrituras Sagradas de O Báb
Relativamente à violação do Convénio de Maomé O Báb escreve:
“Ó povos do Oriente e do Ocidente! Temei a Deus no que concerne á Causa do verdadeiro José e não o troqueis por um preço desprezível, por vós mesmos estabelecido, nem por uma bagatela das vossas possessões terrenas, a fim de que vós em absoluta verdade, sejais por Ele louvados como incluídos entre os piedosos que estão próximos desta Porta. Em verdade, Deus privou de sua graça aquele que martirizou Husayn, Nosso Ascendente, solitário e abandonado que estava na terra de Taff (Karbilá). Yazíd, filho de Mu’ávíyih, incitado por um desejo corrupto, com o povo diabólico trocou a cabeça do José verdadeiro por um preço insignificante e uma ninharia de seus bens. Em verdade, repudiaram a Deus, cometendo um erro lastimável. Breve haverá Deus de lhes mostrar Sua vingança, no tempo de Nossa Volta, e Ele, em absoluta verdade, para eles preparou, no mundo vindouro, um tormento severo.”[1]
Quando O Báb se refere ao “José verdadeiro ” significa Aquele que é atraiçoado por aqueles Lhe estão mais próximos, como ensina o relato bíblico sobre José que veio a ser atraiçoado pelos seus próprios irmãos.
Quanto à unidade dos Profetas diz:
“No tempo do primeiro Manifestante, a vontade Primaz apareceu em Adão; no dia de Noé; no dia de Abraão n’Ele; e assim no dia de Moisés, no dia de Jesus, no dia de Maomé, o Apóstolo de Deus, no dia do “Ponto do Bayán”, no dia d’Aquele que aparecerá depois d’Aquele que Deus haverá de tornar manifesto. Daí o significado interior das palavras pronunciadas pelo Apóstolo de Deus: “Eu sou todos os Profetas”, pois aquilo que em cada um deles resplandece tem sido e para sempre continuará a ser um só e o mesmo Sol.”[2]
O Báb várias vezes se referiu a Bahá’u’lláh como “Aquele que haverá de tornar Manifesto”.
A crença nO Manifestante que precede o Anterior honra o antecedente, jamais poderá negá-Lo.
Na realidade, a primeira vez que os seguidores de uma religião seguiram quase todos o próximo Manifestante deu-se na Religião Bábi, quando a grande maioria dos Bábis reconheceu em Bahá’u’lláh O Prometido.
[1] Selecção dos Escritos dO Báb, pg 55
[2] Selecção dos Escritos dO Báb, pg 130
Comentários
Pode dizer-se que preterindo a reforma do islão os bahá'i construiram uma nova religião aproveitando aquilo que o Islão tem de bom ou é um abuso fazer esta afirmação?
Ou ainda mais claro: os Bahá'i são uma dissidência do Islão?
por aqui andei...li...vi...e intui...mto boa a ideia de unidade na diversidade...
Um abraço da sonhadora
Eu respondi a essa pergunta neste post: Religião Bahá'í e Islão.
Penso que se considerarmos que a religião Baha’i foi buscar o que há de bom no Islão, então teremos de reconhecer que o Islão fez a mesma coisa com o cristianismo, o Cristianismo fez a mesma coisa com o Judaísmo, e assim sucessivamente. É como se fossem sucessivos degraus de uma mesma escada por onde a humanidade tem vindo a subir.
Os baha’is inicialmente foram vistos como uma dissidência do Islão. O mesmo aconteceu com o Cristianismo. Tal como Jesus Cristo, também o Bab durante algum tempo foi visto como um reformador do Islão. Com o passar do tempo ficou claro que tanto o objectivo de Jesus como do Báb era fundar uma nova religião.
Mas consideremos outras correntes religiosas dissidentes do Islão: os Ahmadiyya e alguns grupos Sufis, por exemplo. Estes grupos assumem o Alcorão como a sua Sagrada Escritura; por outro lado o seu crescimento raramente vai além das sociedades islâmicas de onde são originários.
Ora a religião Baha’i tem as suas próprias Escrituras Sagradas (que não incluem o Alcorão) e o seu crescimento estende-se a todo o mundo. Além disso, os baha’is têm a sua própria administração (totalmente diferente de qualquer outra religião). Também existe um calendário.
Há alguns autores que dizer que a Fé Baha’i tem todas as características de uma religião mundial; mas pelo facto de ter apenas alguns milhões de aderentes, isso pode significar que ainda está na sua infância.
Ainda bem que surgiu o Marco apra responder ao Silver, de forma a evitar alguma repetição tanto no autor dessas mesmas respostas como no seu conteúdo - cada uma tem a sua forma de encarar a Religião.
Para nós, a unidade na diversidade da humanidade, não só é desejável, como também o é inevitável.